quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

Cultura e Mentalidade africana

Autor: dr. Naide Alfredo

Historia das Mentalidades até século XIX

Introdução


O presente trabalho cadeira de História das Mentalidades até século XIX que tem como tema Cultura e Mentalidade africana, Tem como objectivo geral conhecer os aspectos peculiares e objectivos específicos descrever o tema acima referido.
A cultura da África reflecte a sua antiga história e é tão diversificada como foi o seu ambiente natural ao longo dos milénios. A África é o lar de inumeráveis tribos ou grupos étnicos, e todas estas tribos possuem culturas que são diferentes.
Na antiguidade em resultado de aparente imutabilidade, dos fundamentos materiais da existência humana, e de permanente mudança de governos, não se concretizou, nem se construi uma mentalidade política. Foi um período de desmoronar impérios, de surgir e desaparecer de novos povos, o que não possibilitava uma perspectiva para formas superiores de organização política o que difere de outros períodos que o africano já começa sofre mutabilidade mental política.
O período 15001800 foi crucial para as formações sociopolíticas do continente. É nesses três séculos que a maior parte dos habitantes das diferentes regiões da África se reagrupou para formar os conjuntos sociais, económicos, religiosos, culturais e políticos que constituem os povos africanos de hoje.
A metodologia usada para a elaboração deste trabalho foi a consulta de obras literárias cujos nomes dos respectivos autores encontram-se citados ao longo do incremento do trabalho e na bibliografia.
O trabalho consertou-se de forma dedutiva como fonte da recolha de dados para melhor formulação dos procedimentos no contexto laboral e aquisição do conhecimento do âmbito laboral de acordo com os objectivos preconizados.




1.Cultura e mentalidade africana

Antes de estabelecer uma profundeza do tema em destaque, é imprescindível conceituar alguns termos que vão corporizar o desenvolvimento do trabalho:
Cultura - crenças, conduta, linguagem e forma de vida de um grupo de pessoas em um determinado período. Engloba costumes, cerimónias, arte, tecnologia e, em sua interpretação estética, os êxitos artísticos e intelectuais de uma sociedade. Encontra-se estreitamente associada às formas culturais promovidas pelas instituições escolares e estatais. Enciclopédia Microsoft® Encarta®. © 1993-2001 Microsoft Corporation cessado em 25.05.2015.
Mentalidade - atitudes mentais de uma sociedade, os valores, o sentimento, o imaginário, os medos, o que se considera verdade, ou seja, todas as actividades inconscientes de determinada época. (SILVA e SILVA, 2009: 279).

1.1 A cultura africana

A cultura da África reflecte a sua antiga história e é tão diversificada como foi o seu ambiente natural ao longo dos milénios. A África é o lar de inumeráveis tribos ou grupos étnicos, e todas estas tribos possuem culturas que são diferentes. Enciclopédia Microsoft® Encarta®. © 1993-2001 Microsoft Corporation cessado em 25.05.2015.
Segundo SOUZA (1998:30) É um continente extenso, diversas religiões manifestaram-se na África, ao longo da história. Nas partes mais próximas à Europa e a Ásia, foi significativa a influência do judaísmo. Essa religião se espalhou por várias cidades do norte do continente africano, pelas rotas do comércio que saiam da Palestina, desde pelo menos o séc. V a.C. Em direcção ao sul, os judeus chegaram à fronteira norte do império Kush também por volta do século V a.C. Os judeus, no entanto, nunca tiveram a pretensão de converter grandes massas populacionais.
Mais tarde, o cristianismo e o islamismo se fizeram presentes na África de forma intensa. O cristianismo logo passou a ser a religião dominante no império de Axum. Ainda assim, o cristianismo só entrou na África de maneira mais definitiva depois do século XV. Já o império Islâmico conquistou no século VIII, todo o norte africano e a região do deserto do Saara, convertendo milhares de pessoas.
A primeira grande civilização africana começou no vale do Nilo. O reino do Egipto desenvolveu-se e influiu nas sociedades mediterrâneas e africanas por milhares de anos. Ao sul do Saara a civilização mais antiga seria a de Nok, no centro da actual Nigéria, sobre a qual pouco se sabe mas cuja origem se remonta ao século X a.C. Os noks dominavam a metalurgia do ferro e faziam esculturas em cerâmica de tamanho natural. Enciclopédia Microsoft® Encarta®. © 1993-2001 Microsoft Corporation cessado 25.05.2015

1.2.A Mentalidade Africana na Antiguidade Marcada pela Mitologia (Teocracia, Cosmogonia e Magia)

Para KIZERBO (1997: 107-127) “ Os séculos imediatamente antes do nascimento de Jesus Cristo, são historicamente obscuro. Mas após ocorrem migrações continentais e caldeamentos, difusão das técnicas e de culturas, que irão ajudar a construir sociedades mais poderosas e organizadas (passagem dos clãs aos impérios)
Na antiguidade em resultado de aparente imutabilidade, dos fundamentos materiais da existência humana, e de permanente mudança de governos, não se concretizou, nem se construi uma mentalidade política. Foi um período de desmoronar impérios, de surgir e desaparecer de novos povos, o que não possibilitava uma perspectiva para formas superiores de organização política.
Os deuses são concebidos em analogias com os soberanos humanos, dirigindo acções dos reis e chefes, assim como estes dirigem as acções dos seus súbditos. na teocracia, a humanidade não é agente mas sim um instrumento e objecto parcialmente passivo, das acções registadas , consideradas como lugares definidos, numa sucessão temporal, e como decorrentes em momentos passados.
Quando surgiu, não simultaneamente em todo lado, os sacerdotes começaram a fixar por escrito, o legado religioso, assim a registarem as mais antigas cosmogonias. É evidente que a cosmologia e cosmogonias da antiguidade eram acientíficas, e nas suas explicações tentava associar elementos naturais e sobre naturais. A inter-relação entre a integração religiosa e interligação política abriram a mentalidade política o caminho para a desmitificação de alguns mitos.
Os mitos não são pura invenção da imaginação, mas reflectem o ponto de vista dos homens dos tempos antigo sobre a natureza, a vida, as crenças religiosas, as ideias imorais da sociedade primitiva, são portanto rudimentos de conhecimentos acientíficos, reunindo imagens fantásticas, e elementos cognitivos. Os mitos despertavam a energia da colectividade, e foram instrumentos de desenvolvimento cultural, o material dos mitos era as imagens, o objecto do mito são as forcas sobre naturais. Detalhadamente o mito é um sistema total de interpretação, da realidade, cuja base eram duas abordagens interligadas: a mitológica e a mágica.
A mitológica ocupava se da esfera sobrenatural, e da sua influência sobre o homem, constituindo uma história sagrada, explicativa e normativa, pertenciam os deuses, heróis, ídolos, espíritos e outras forcas da natureza. A abordagem mágica elaborava o modelo sobre o mundo, que pertencia a natureza, o espaço e outros seres humanos, os meios, os símbolos mágicos (gestos, exorcismo, amuletos). (KIZERBO 1997: 107-127)
Os ritos estabeleciam relações inexistentes entre certas causas e efeitos, que eram as cerimónias ou liturgias, de implementação de magia.
O nosso continente africano, teve e tem as suas formas mitológicas. Para o africano, antigo, os deuses e os espíritos eram seres reais, e o mito era a explicação ou visão verdadeira do mundo (sobre o seu surgimento) e sobre o homem e a cultura. o mito em África não foi um discurso enganador, mas um conjunto de visões e percepções tradicionais justificadoras de ordem social.
Relacionando o mito com o domínio religioso, distinguem se categorias narrativas: fabula, conto tem aqui seu significado preciso.
Na luz de KIZERBO (1997: 108-127), o estudo de questões mitológicas em África, oferece muitas dificuldades por causa de muitas designações, que existem nas várias línguas, e regiões. São objecto do mito africano, a criação do mundo, a instauração de ordem, o estatuto de homem no universo, a justificação de princípios Morais, e das diferentes forcas da sociedade, a maneira de viver bem, a problemática da vida, sofrimento, doenças, morte, pecado.
Mas antes do mito em África era antecedida pela adivinhação, forma mais elementar de explicar o mundo, que gradualmente foi sendo abolido, pelas formas mais seguintes do pensamento. Portanto foi um período marcado pelo sistema de clãs que vai ser precedida com o sistema de impérios.

1.2.1 A Mentalidade Africana dos séculos VII – XVI.

São cinco séculos de estabilização, de enraizamento da sociedade, de desenvolvimento, marcados tanto pela exploração mais coerente dos diversos meios quanto pelo surgimento do Islã, que modificou paulatinamente os antigos equilíbrios, e de desenvolvimento desigual levadas pelas transformações técnicas, sociais, culturais e políticas em curso. Ao longo dos séculos, a distribuição geográfica das principais configurações socioculturais da África estabilizou se e tomou forma. (UNESCO, 2010:500)
Vislumbrou se o amadurecimento de economias, de formações sociopolíticas e de representações colectivas que formariam o substrato do movimento histórico posterior.
O que mais caracterizou este período é a organização de espaços de sedentarização onde a produção agrícola se tornou dominante. O desenvolvimento das tecnologias constitui um segundo fato de maior destaque: ele acarretou uma exploração aprimorada dos recursos, a divisão do trabalho e o crescimento das trocas.

1.2.2 A Mentalidade Africana do século XII ao XVI

De acordo com UNESCO (2010:530), no Plano político e religioso, houve o desenvolvimento de reinos, impérios e cidades. O Islão impuserase, através da arabização progressiva de toda a África setentrional; ao sul do Saara, tornouse a religião oficial em muitos reinos e impérios, mas a África negra não foi arabizada: nessa área, o Islão foi muito mais um acontecimento político do que religioso. No entanto, por toda parte favoreceu as relações comerciais.
 No Sudão, o volume das actividades comerciais provocou rápido desenvolvimento social, fazendo surgir uma nova camada, a dos comerciantes e eruditos negros. Ao sul do Saara, o Islão adaptouse, ou, mais exactamente, foi um verniz superficial que cobriu apenas a corte e os comerciantes que mantinham contacto com os araboberberes.
A religião tradicional, baseada no culto dos ancestrais, continuou a mesma, tanto entre os povos governados por soberanos islamizados quanto entre os não muçulmanos.
A analogia do cerimonial de corte em KumbiSāleh, Niani e no Yatenga e significativa. Os súbditos cobriamse de pó e prostravamse, antes de se dirigir ao soberano. Também, por toda parte, o soberano era tido como responsável pela felicidade e prosperidade do império, sendo este o fundamento do respeito que os súbitos lhe manifestavam. Dai alguns especialistas logo passarem a falar em “realeza sagrada” ou em “realeza divina”. Finalmente, e preciso sublinhar o espírito de tolerância dos reis negros que favoreceram a instalação dos araboberberes nas cidades, ainda antes de se converterem ao Islão. Mas sua conversão não acarretou o abandono das práticas religiosas ancestrais.
Para UNESCO (2010:768) “Em certas regiões, houve uma simbiose original; assim, no fundo tradicional sudanês encontraremos muitas influências islâmicas, cujos mitos e heróis foram apresentados de forma bem diferente dos modelos antigos.
 O mesmo pode ser dito do cristianismo e do fundo tradicional africano na Etiópia. Mas as duas religiões reveladas, o Islão e o cristianismo, ficaram em pé de guerra durante séculos.

1.2.3 A Mentalidade Africana de 1500 a 1800.

Segundo UNESCO (2010:815) O período 15001800 foi crucial para as formações sociopolíticas do continente. É nesses três séculos que a maior parte dos habitantes das diferentes regiões da África se reagrupou para formar os conjuntos sociais, económicos, religiosos, culturais e políticos que constituem os povos africanos de hoje.
Enquanto as sociedades africanas davam origem a grupos étnicos distintos, as características linguísticas e culturais próprias, grande parte da África se transformava em consequência da evolução das relações exteriores do continente. Em 1500, a maior parte das sociedades africanas era relativamente independente do resto do mundo, suas relações exteriores estavam reduzidas ao mínimo. Mas, em 1800, uma grande parte da África estava integrada aos circuitos comerciais mundiais que a ligavam estreitamente a Europa, a América e a Ásia. Este processo de integração fora facilitado pelo aparecimento, no continente, de novas comunidades, como os colonos holandeses na África Austral, os portugueses em Angola e na costa leste, e os Otomanos no Egipto e no Magreb.
 Numerosas sociedades africanas tiveram então que mudar progressivamente seu modo de vida, ou se deslocar, ou as duas coisas ao mesmo tempo. Muito rapidamente, relações totalmente diferentes estabeleceram se entre as sociedades e em seu seio. Estas novas relações se caracterizavam pela dominação e pela dependência, tanto no plano interno quanto no sistema mundial em que a Europa se tornara a potência preponderante.

Conclusão


Após a realização do presente trabalho, e feitas algumas abordagens em torno do tema em questão, chega-se a conclusão de que durante muito tempo, os mitos e preconceitos de toda espécie esconderam do mundo a real história da África. As sociedades africanas passavam por sociedades que não podiam ter mentalidade política, económica, cultural e religiosa.
Pois que é nesta perspectiva que as sociedades africanas davam origem a grupos étnicos distintos, as características linguísticas e culturais próprias, grande parte da África se transformava em consequência da evolução das relações exteriores do continente.
Ao longo dos séculos, a distribuição geográfica das principais configurações socioculturais da África estabilizouse e tomou forma. Vislumbrou se o amadurecimento de economias, de formações sociopolíticas e de representações colectivas que formariam o substrato do movimento histórico posterior.












Referência bibliográfica


Enciclopédia Microsoft® Encarta®. © 1993-2001 Microsoft Corporation cessado em 25.05.2015.
KI – ZERBO, Joseph, História da África Negra I, biblioteca universitária, Lisboa, 1999
SILVA, Alberto Costa. A enxada e a lança: a África antes dos portugueses. São Paulo: Ática, 1992.
SILVA Kalina Vanderlei e SILVA Maciel Henrique. Dicionário de conceitos históricos. Editora contexto. 2a edição. São Paulo. 2009. 
SOUZA, Telma ett all, História de África, FTC, 1ª ed, Brasil, 1998.
UNESCO, África do século VII ao XI Vol I, Brasil, 2010
UNESCO, África do século XII ao XVI- Vol IV, Brasil, 2010.




3 comentários:

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