segunda-feira, 15 de maio de 2023

Escola Secundaria de Namitatar - Aula de Historia

 

Escola Secundária de Namitatar

Texto de Apoio de História – 9ª Classe

Por: dr Naide Alfredo - Professor de Historia 

 

A crise Religiosa do séc. XVI: a Reforma e a Contra-Reforma Religiosa (a resposta da Igreja Católica)

A reforma religiosa foi um conjunto de transformações de origem religiosa que se verificaram no meio da Igreja Católica, na Europa, no século XVI.

A igreja encontrava-se mergulhada numa profunda crise e o seu prestígio foi seriamente abalado devido ao comportamento imoral de diversos elementos da hierarquia religiosa (padres, bispos).

As origens e características da crise

As causas começaram no interior da própria Igreja, cujo bispos e padres não respeitaram, no seu comportamento, as regras da sua condição nem mesmo os preceitos como cristãos. Contudo, muitos padres e bispos apresentavam péssimos comportamentos: viviam em concubinagem, exploravam os pobres através da cobrança de dízimo; usavam os bens da igreja em proveito próprio, eram corruptos, levianos, falsos, faziam práticas de feitiçaria, crenças e artes mágicas. Contudo, entre o séc. XIV e XV, a igreja católica começou a entrar em desentendimento com o poder político, como resultado da acumulação excessiva da riqueza pelo Papa, em ralação ao Rei. Este desentendimento terminou em disputa pelo poder entre a Igreja e a Liderança política. O ponto mais alto deste conflito foi o Cisma do Ocidente.

O Cisma do Ocidente foi a divisão da Igreja em dois grupos religiosos e dois Papa: um manteve-se fiel ao Papa de Roma, Clemente VII e, o outro grupo foi fiel ao Papa de Avinhão, Gregório IX (grupo revoltoso).

 Desta forma o grande Cisma do Ocidente enfraqueceu o poder Papal e dividiu a cristandade em dois grandes pólos. Para devolver a Igreja à sua pureza, vários foram os promotores de movimento religioso que se destacaram entre os séc. XV e XVI, a destacar os seguintes: John Wycliff (inglês) contestou a autoridade do Papa e censurou o culto dos santos e traduziu a bíblia para a língua inglesa interpretando de modo pessoal. João Huss (checo) criticava abertamente o Papa, propôs o regresso aos ensinamentos da Bíblia e da Sagrada escrituras sem adulterações e mais. Este foi perseguido pelo Papa, condenado e morto queimado vivo em 1415.

O italiano Girolano Savoranola foi excomungado e morto na fogueira por ter criticados vícios do clero e do Papa em 1498.

Reforma Religiosa

Foram vários factores que contribuíram para o início da Reforma. O ambiente que se vivia no seio da Igreja Católica não era de harmonia e a igreja recebia críticas para a sua mudança com objectivo de recuperar a sua reputação. Assim sendo foram várias as causas da Reforma Religiosa a destacar:

-Grave crise na estrutura da Igreja Católica

Os membros do Clero (Bispos e padres) disputavam poderes no meio da igreja, não tinham bom comportamento, dedicavam-se menos a igreja , alguns padres não sabiam pregar a palavra de Deus e nem sabiam falar bem o latim, consequentemente, as comunidades começaram a perder confiança e respeito por eles, caíndo na desconfiança do povo.

-Grande Vitalidade Religiosa

No séc. XVI os europeus passaram a entregar-se com maior vitalidade ou força à religião, como forma de obter a salvação de Deus por causa das guerras e calamidades que enfrentaram a partir séc. XV. Começaram a dedicar-se à práticas e ofertórios, doações à Igreja, esmolas, peregrinações, adoração de estátuas dos santos, como meios para conseguir a salvação perante Deus.

 -A Veneração das relínquias

Acreditavam que os objectos usados por Jesus Cristo e Virgem Maria e outros Santos possuiam poder curativos e protector. Os membros da igreja vendiam pedaços de tábuas ou de madeira alegando que constituíam uma parte da cruz de Jesuz“e se alguém tocasse seria salvo”.

- A venda das indulgências

Conhecido como “bilhete de entrada para o céu ou venda dos perdões”, consistia na venda pelo clero do perdão dos pecados e remissão das penas. Para quem se mostrava arrependido e em troca de boas acções, (peregrinações, orações, jejum, e ofertas de soma de dinheiro).

- A Intolerância religiosa e a intromissão do papado nos assuntos políticos

 O Papa usava o seu poder religioso para para interferir nos assuntos políticos excluindo da sociedade quem não aderisse aos seus ideais.

A reforma iniciou quando o Papa Leão X autorizou a venda de indulgências com objectivo de angariar dinheiro para as obras da Basílica de são Pedro, no Vaticano. Em 1515, iniciou-se a venda das indulgências na Alemanha do Norte. Contra esta situação revoltou-se Martinho Lutero (sacerdote), afixando na porta da Catedral de Wittenberg, as 95 Teses contra as Indulgências.

 

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