Escola Secundária de
Namitatar
Texto de Apoio de
História – 9ª Classe
Por: dr Naide Alfredo - Professor de Historia
A crise Religiosa do
séc. XVI: a Reforma e a Contra-Reforma Religiosa (a resposta da Igreja
Católica)
A
reforma religiosa foi um conjunto de transformações de origem religiosa que se verificaram
no meio da Igreja Católica, na Europa, no século XVI.
A
igreja encontrava-se mergulhada numa profunda crise e o seu prestígio foi
seriamente abalado devido ao comportamento imoral de diversos elementos da
hierarquia religiosa (padres, bispos).
As origens e características
da crise
As
causas começaram no interior da própria Igreja, cujo bispos e padres não respeitaram,
no seu comportamento, as regras da sua condição nem mesmo os preceitos como
cristãos. Contudo, muitos padres e bispos apresentavam péssimos comportamentos:
viviam em concubinagem, exploravam os pobres através da cobrança de dízimo;
usavam os bens da igreja em proveito próprio, eram corruptos, levianos, falsos,
faziam práticas de feitiçaria, crenças e artes mágicas. Contudo, entre o séc.
XIV e XV, a igreja católica começou a entrar em desentendimento com o poder
político, como resultado da acumulação excessiva da riqueza pelo Papa, em
ralação ao Rei. Este desentendimento terminou em disputa pelo poder entre a
Igreja e a Liderança política. O ponto mais alto deste conflito foi o Cisma do Ocidente.
O Cisma do Ocidente foi a divisão da Igreja em dois
grupos religiosos e dois Papa: um manteve-se fiel ao Papa de Roma, Clemente VII
e, o outro grupo foi fiel ao Papa de Avinhão, Gregório IX (grupo revoltoso).
Desta forma o grande Cisma do Ocidente
enfraqueceu o poder Papal e dividiu a cristandade em dois grandes pólos. Para
devolver a Igreja à sua pureza, vários foram os promotores de movimento
religioso que se destacaram entre os séc. XV e XVI, a destacar os seguintes: John Wycliff (inglês) contestou a
autoridade do Papa e censurou o culto dos santos e traduziu a bíblia para a
língua inglesa interpretando de modo pessoal. João Huss (checo) criticava abertamente o Papa, propôs o regresso
aos ensinamentos da Bíblia e da Sagrada escrituras sem adulterações e mais.
Este foi perseguido pelo Papa, condenado e morto queimado vivo em 1415.
O
italiano Girolano Savoranola foi
excomungado e morto na fogueira por ter criticados vícios do clero e do Papa em
1498.
Reforma Religiosa
Foram
vários factores que contribuíram para o início da Reforma. O ambiente que se
vivia no seio da Igreja Católica não era de harmonia e a igreja recebia
críticas para a sua mudança com objectivo de recuperar a sua reputação. Assim
sendo foram várias as causas da Reforma Religiosa a destacar:
-Grave crise na
estrutura da Igreja Católica
Os
membros do Clero (Bispos e padres) disputavam poderes no meio da igreja, não
tinham bom comportamento, dedicavam-se menos a igreja , alguns padres não
sabiam pregar a palavra de Deus e nem sabiam falar bem o latim, consequentemente,
as comunidades começaram a perder confiança e respeito por eles, caíndo na
desconfiança do povo.
-Grande Vitalidade
Religiosa
No
séc. XVI os europeus passaram a entregar-se com maior vitalidade ou força à
religião, como forma de obter a salvação de Deus por causa das guerras e
calamidades que enfrentaram a partir séc. XV. Começaram a dedicar-se à práticas
e ofertórios, doações à Igreja, esmolas, peregrinações, adoração de estátuas
dos santos, como meios para conseguir a salvação perante Deus.
-A Veneração das relínquias
Acreditavam
que os objectos usados por Jesus Cristo e Virgem Maria e outros Santos possuiam
poder curativos e protector. Os membros da igreja vendiam pedaços de tábuas ou
de madeira alegando que constituíam uma parte da cruz de Jesuz“e se alguém
tocasse seria salvo”.
- A venda das
indulgências
Conhecido
como “bilhete de entrada para o céu ou venda dos perdões”, consistia na venda
pelo clero do perdão dos pecados e remissão das penas. Para quem se mostrava
arrependido e em troca de boas acções, (peregrinações, orações, jejum, e
ofertas de soma de dinheiro).
- A Intolerância
religiosa e a intromissão do papado nos assuntos políticos
O Papa usava o seu poder religioso para para
interferir nos assuntos políticos excluindo da sociedade quem não aderisse aos
seus ideais.
A
reforma iniciou quando o Papa Leão X autorizou a venda de indulgências com
objectivo de angariar dinheiro para as obras da Basílica de são Pedro, no
Vaticano. Em 1515, iniciou-se a venda das indulgências na Alemanha do Norte.
Contra esta situação revoltou-se Martinho Lutero (sacerdote), afixando na porta
da Catedral de Wittenberg, as 95 Teses contra as Indulgências.
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